Um professor universitário de Porto Alegre fez uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), em Santa Maria, sobre um suposto caso de racismo contra israelenses envolvendo a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O motivo da polêmica foi um documento enviado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, pedindo aos programas de pós-graduação que informassem se há a "presença ou perspectiva de discentes ou docentes israelenses" em seus respectivos cursos.
No documento, datado de 15 de maio deste ano, a pró-reitoria informa que esse pedido foi feito para atender a um requerimento de representantes dos sindicatos de professores (Sedufsm) e servidores (Assufsm), do Diretório Central de Estudantes (DCE) e do Comitê Santa-Mariense de Solidariedade ao Povo Palestino, via Lei de Acesso à Informação.
A polêmica ganhou força porque, segundo a UFSM, alguém fez uma montagem e colou no documento um selo com a expressão "Liberdade para a Palestina. Boicote a Israel", divulgando-o na internet.
O gabinete do reitor nega que tenha havido discriminação e que apenas cumpriu um pedido feito via Lei de Acesso à Informação. A reitoria também afirmou que não iria informar nomes de professores e estudantes israelenses, apenas se havia ou não docentes e discentes desse país na instituição.
Já a Sedufsm também nega qualquer tipo de discriminação e alega que havia pedido informações sobre um possível convênio entre UFSM e a empresa israelense Elbit, que fabrica armamentos e aeronaves. A justificativa para o pedido de informações é que a Sedufsm é contra a participação da UFSM em convênio que possa resultar em armas a serem usadas contra os palestinos, que estão em conflito com Israel.
Em nota, publicada no site da UFSM às 21h09min desta quarta-feira, a reitoria se manifestou sobre a polêmica envolvendo a instituição. Conforme a notícia divulgada, "a intenção do memorando foi questionada e polemizada, ao circular pela internet e afixada em murais uma versão adulterada do mesmo."
Confira alguns trechos da manifestação da reitoria da instituição:
" Diante do fato, o reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, reitera que o documento é 'inverídico e fraudulento' e que os responsáveis pela fraude e disseminação serão identificados. Complementa ainda que, encaminhando o documento original, a Instituição apenas cumpriu a Lei de Acesso à Informação.
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Também ressalta que a UFSM jamais tomaria posição em relação a um conflito internacional histórico. 'A Universidade não tem esta característica sectária e jamais terá. Somos uma instituição laica, onde a diversidade e o respeito às opiniões constituem a sua origem', afirma.
A administração central informa também que as medidas necessárias para esclarecimento do fato serão levadas à Polícia Federal para investigação."
Para ler a notícia completa no site da UFSM, clique aqui.
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